"Jesus: Eu, diz o Senhor, desde o princípio ensinei aos profetas e
ainda agora não cesso de falar a todos; mas muitos são
insensíveis e surdos à minha voz. A muitos agrada mais a voz do
mundo que a de Deus; mais facilmente seguem os apetites da
carne que o preceito divino. O mundo promete apenas coisas
temporais e mesquinhas e é servido com grande ardor; eu prometo
bens sublimes e eternos, e só encontro frieza nos corações dos
mortais. Quem há que me sirva e obedeça em tudo com tanto
empenho como se serve ao mundo e aos seus senhores?
(...)
Mas que vergonha! Pelo bem imutável, pelo prêmio
inestimável, para honra suprema e pela glória sem fim, o
menor esforço nos cansa. Envergonha-te, pois, servo
preguiçoso e murmurador, por serem os mundanos mais
solícitos para a perdição que tu para a salvação. Procuram
eles com mais gosto a vaidade que tu a verdade."
(Imitação de Cristo - Livro III - Capítulo 3)
Certamente o mundo tem uma grande influencia sobre nós, somos tentados de todos os lados como diz são Paulo (Cf Rm 8, 36) de várias formas e sempre nas nossas maiores fraquezas. Temos, porém, a prerrogativa de escolher se vamos ser traídos por nossos impulsos ou vamos resistir. Por mais difícil que seja, é uma escolha, não tem pra onde correr.
Um dia um Deus imenso tornou-se homem, viveu tudo aquilo que vivemos, exceto o pecado, teve sede, fome, saudade, dor, tristeza, alegria. Foi levado a morte, e morte de cruz, por amor a mim e a você. Ressuscitou e nos deu vida eterna. Um dia alguém nos apresentou esse Deus, que tinha um nome e um rosto: JESUS CRISTO. E nos apaixonamos. Tenho certeza que quem tem uma experiência profunda com Jesus, nunca mais esquece; mesmo que vire as costas a lembrança é eterna.
Nossas fraquezas e o pecado, entretanto, nos afastam deste amor. Não é que não amamos a Deus, mas preferimos o pecado, preferimos as coisas que passam do que as eternas, porque é mais fácil. É compreensível, é claro, somos acostumados ao imediatismo, a viver o momento, CARPE DIEM, mas nós não fomos criados para viver de momentos, fomos criados para o eterno, mas são os momentos que vão determinar que eternidade vamos viver, por isso, é bom pensar bem direitinho antes de decidir o que fazer; nossos escolhas determinam nosso futuro, nesta vida e também na vida eterna.
Fico triste porque vejo muitas vezes as pessoas tornando simplória a busca pela santidade. Tornam algo do tipo: Amar a Deus, servir em algum lugar, ir pra Missa no domingo, chorar numa Adoração, rezar todas as noites, fazer algum tipo de "caridade". Não acredito que seja só isso, não mesmo. A santidade exige renúncia, exige abrir mão de suas vontades, exige fazer aquilo que santo Agostinho dizia: assinar um folha em branco e deixar que Deus escreva nela sua história. Não estou falando de pessoas que não pecam, estas não existem, estou falando de buscar sinceramente a Deus, sem clichês e querer fazer Sua vontade.
Quem conhece a vontade de Deus, quem conhece o que a Igreja diz, mas não coloca em prática, precisa se analisar. Eu sou a primeira da lista. Muitas vezes sei que é errado, mas busco pela satisfação momentânea e esqueço o eterno. É preciso buscar além, buscar não aquilo que temos em nossas mãos, mas o alto, buscar aquilo que nesta vida não alcançaremos plenamente, mas que podemos provar um pouco e sonhar com a perfeição do céu. O céu, porém, só se alcança com muito esforço, com determinação; é como dizia Padre Léo: É preciso ter uma meta, e a nossa meta é muito grande. Quem se acostuma com coisa pequena não pode ir para o céu. O céu é pra quem sonha grande, pensa grande, ama grande e tem a coragem de viver pequeno. Isso é o céu." (Livro Buscai as coisas do Alto - Pe. Léo) Busquemos as coisas do alto, não percamos mais tempo murmurando, se entregando ao pecado. O meu lugar é o céu, é lá onde eu quero morar. E você?
Deus abençoe!
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