quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Quem escreve não sou eu!


Me apaixonei cedo pelas PALAVRAS, desde criança o mundo das letras me encantou e a forma que eu me expressava era escrevendo, minha imaginação criava asas nas leituras e minha curiosidade encontrava porto seguro nos livros. Aprendi na mesma época que as mesmas palavras que me encantavam e me deixavam tão feliz eram capazes também de machucar, de ferir, de traumatizar. Palavras são assim, ecoam em nós, para o bem ou para o mal, por isso precisamos ter cuidado com elas, porque quando as pronunciamos não podemos voltar atrás.
Acontece que um dia, UM BELO DIA, que não sei dizer exatamente quando, mas eu sei que esse dia chegou, eu conheci A PALAVRA. E isso mudou tudo em minha vida. Eu finalmente entendi o sentido de todas as coisas, todos os livros, todas as músicas, as poesias, todas as frases, toda e qualquer palavra só fazia sentido se se encontrasse com A PALAVRA porque quando elas não caminhavam juntas aquelas eram apenas palavras ao vento, vazias, destituídas de qualquer valor. A PALAVRA mexeu tanto comigo que eu desejava encontra-La em todo lugar, mesmo aquelas palavras que inicialmente não convergiam para ELA eu tentava conduzi-las. E porque tanto esforço, porque tanta “loucura” por isso? 
Essa PALAVRA que mudou minha vida não são simplesmente (ou somente) as palavras da Bíblia, não são os textos da Santa Igreja Católica, mas o PRÓPRIO VERBO, foi o próprio CRISTO que começou a habitar dentro de mim. Na verdade, Ele já morava, mas eu não sabia, porque como dizia Agostinho, procurava minha felicidade fora e ela estava dentro. Essa PALAVRA que habita em mim, curou (e ainda está curando) todas as palavras “mal-ditas”, esse VERBO que age em mim, me faz reagir no mesmo sentido, porque esse verbo é AMAR e sendo amada eu amo. 
Eu descobri enfim, que o amor que Deus plantou desde cedo em mim pelas palavras era apenas uma preparação para amar A PALAVRA fonte de salvação, misericórdia, felicidade e amor. E da mesma forma que desde criança meu coração era depositado nas linhas dos cadernos, hoje meu coração continua sendo depositado nas palavras, mas como um mero instrumento nas mãos de Deus, como diz meu irmão João Maurício Gurgel: toma conta dos passos meus, do meu coração que é Teu, da vida que é minha, MAS QUEM ESCREVE NÃO SOU EU.

Não ganhe tempo!

Hoje o tempo é um de nossos bens mais preciosos e todos correm atrás dele como se fosse ouro, nos acostumamos com aquela máxima "Tempo é dinheiro" e vemos todos correndo o tempo todo, buscando algo ou alguém, que muitas vezes elas nem sabem bem o que é, apenas correm. 
Mas afinal o que é o tempo? O que é ganhar ou perder tempo? Será que podemos de fato contar nossos dias através do calendário? A maioria das pessoas que conheço, eu sou uma delas, programa boa parte da vida baseada nos dias, semanas, meses e anos; faz planos de curto, médio e longo prazo; se algo demora demais, já deixa pra lá, se não foi do jeito que esperava, não espera melhorar ou tenta mudar, apenas desiste e vai buscar outra coisa, porque não temos tempo a perder. 

Entretanto as pessoas estão deixando de viver as coisas simples e aproveitarem o que realmente tem valor e pior estão deixando de viver as demoras necessárias que faz a vida amadurecer. Certa vez ouvi essa frase e levo comigo desde então: precisamos aprender o valor das coisas e não seu preço. O tempo, pra mim, é o bem que mais precisamos aprender isso, porque enquanto corremos achando que estamos ganhando algo, na verdade, estamos perdendo. Existem acontecimentos em nossas vidas que de tão especiais nao conseguimos dizer exatamente o tempo que duraram. Também existem algumas pessoas que passam por nós que tem o poder de eternizar os momentos, eles nem precisam ter nada de especial, não precisa ser um fato extraordinário, basta a companhia daquela pessoa e ela já faz tudo ser diferente. É por esse tempo que vale a pena se gastar, lutar, correr atrás, porque são momentos como esses, pessoas assim que fazem a vida valer a pena.

Vejo muitos adiando os planos de sua vida baseados no calendário: carnaval, férias, feriadão. E a vida vai passando, as oportunidades surgindo, pessoas entrando e saindo
e aquilo que parecia ganho, é na verdade uma grande perda de tempo, de oportunidades, de vida.

E você? Tem ganhado ou perdido tempo na sua vida?

Não fecha as portas

Nós homens e mulheres somos muito apegados às nossas seguranças, nos apegamos facilmente àquilo que nos oferece o mínimo de estabilidade e se por um lado é importante que tenhamos algum tipo de planejamento, por outro, é possível que assim que nos fechemos para as surpresas da vida.
Não falo que não devemos ter responsabilidades, nem projetos, nem lutar pelos nossos ideais, mas muitas pessoas simplesmente esquecem que elas mudam com o tempo e por isso seus sonhos podem mudar, isso não é não ser coerente, mas é simplesmente perceber que a vida se transformou, que existem novos rumos a se tomar.
Outras vezes nos apegamos a sensações que nos cegam de tal forma que deixamos de enxergar o que está acontecendo ao nosso redor. Há um certo tempo eu conheci um rapaz e tive uma sensação muito boa, fiquei muito apegada a isso. E foi o suficiente para durante meses achar que aquela sensação era um sinal de Deus, mas na verdade, foi uma coisa puramente sensorial que precisava ter sido vivida na prática, alimentada e cultivada. Não foi. Morreu. Mas durante meses me impediu de enxergar outras realidades.
E quantas coisas nos cegam durante nossa vida? Quantas vezes acabamos fechando portas porque acreditamos piamente que determinado caminho é o correto e nem consideramos a possibilidade de mudarmos. O verdadeiro cristão é aquele que crê na mudança, aliás, somos seres em constantes mudança pela Palavra que é viva e eficaz e sempre nos transmite algo novo e pode mudar o rumo de nossa vida.
Portanto, irmãos e irmãs, não feche as portas (nem as janelas) para as surpresas da vida. Ela pode trazer algo tão inusitado e que vai te mostrar que mudar de caminho, às vezes, é o melhor caminho.
Deus abençoe.

Eu decido por Deus!

O Amor é a força que impulsiona o mundo. Lao-Tse, filósofo chinês, dizia que ser profundamente amado por alguém nos dá forças, amar alguém profundamente nos dá coragem. Anos depois, longe dali, o amor que era teoria, sentimento, talvez até uma prática imperfeita, tomou forma, corpo, rosto, vestiu-se de humanidade, viveu entre nós e morreu POR NÓS! O que era desconhecido tornou-se conhecido, Jesus Cristo veio nos mostrar o que era o Amor: Ele mesmo. E todos os dias Ele nos convida a viver esse Amor, a sentir, praticar, testemunhar, sendo luzeiros por onde passamos, deixando que nossas vidas sejam transformados por Ele, desde as mais pequeninas coisas, até as maiores. E quando esse Amor preenche nossas vidas, percebemos que tudo começa a tomar seu lugar, as coisas começam a fazer sentido e finalmente sua própria vida faz sentido. Talvez, se Lao-Tse tivesse a oportunidade de conhecer a Jesus, ele diria: perceber-se profundamente amado por Deus nos dá forças, decidir amar profundamente a Deus nos dá coragem!
Perceba-se amado por Deus. Decida-se por amar a Deus.

Não sou eu que vivo...

Frequentemente vemos milhares de lições que nos ensinam a sermos pessoas mais bem resolvidas, equilibradas. É fundamental para qualquer pessoa o auto-conhecimento, saber seus limites, suas qualidades, fraquezas e de alguma forma tornou-se uma busca cada vez mais frequente esse tipo de literatura que ajuda o ser a entrar dentro de si. Não quero nem entrar no mérito da qualidade dos livros, mas a grande questão é: QUAL O OBJETIVO DISSO TUDO?
Fico me perguntando: para que tornar-me alguém melhor?
Deus tem um sonho para cada um de nós. Ele deseja que sejamos SANTOS e isso significa fazer a vontade d’Ele. E Sua vontade é que amemos! Santo Agostinho dizia: Ame e tudo lhe é permitido. A partir do momento que eu coloco AMOR em minhas atitudes, nas minhas escolhas, eu estou fazendo a vontade de Deus. Mas, calma, não é qualquer amor.
No início tínhamos o seguinte mandamento (resumido): Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como A TI MESMO. Ora, nosso amor é adoecido, cheio de paixões, de orgulho, de individualismo, de medos, nosso amor-próprio é deturpado e o que deveria ser bom, virou EGOÍSMO (Filáucia). Mas, Cristo veio e deu sentido a tudo. E ELE era o sentido de tudo. Deu-nos um novo mandamento: AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AO PRÓXIMO COMO ELE NOS AMOU.
Jesus Cristo muda nosso referencial e Ele mesmo torna-se o MODELO de como amar alguém. Ele amou até a morte, se doou completamente, tanto na sua vida pública (curando, amando, perdoando, ressuscitando) como no ápice da redenção, que foi a Cruz. É assim que devo amar. “Ah! Então eu tenho que morrer pelo outro?” Sim, de certa forma. Mas não necessariamente a morte como fim da vida, mas a morte de seus desejos, de suas vontades, morrer um pouco para ajudar o outro, morrer para si para que possamos dizer como Paulo: não sou eu que vivo, mas Cristo que vive em mim. (Gl 2, 20)
Mas só uma pessoa bem resolvida, livre, equilibrada pode fazer isso sem se culpar, sem pesos, sem reservas. E voltamos ao ponto inicial. Para nós que somos católicos, o nosso objetivo ao buscar todo esse auto-conhecimento, essa busca em querer tornar-se melhor é o outro. Minha vida não tem sentido nela mesmo, ela só faz sentido se serve ao outro.
Podemos ser e fazer o que quisermos, mas é essencial perguntar-se: com essa escolha estarei glorificando a Deus? O objetivo final é AMAR MAIS A DEUS E AO PRÓXIMO? Ou é apenas uma vaidade? Alguns exemplos práticos: tudo bem você querer se exercitar para ter boa saúde e um corpo saudável, mas o objetivo é ser desejado (muitas vezes como um objeto) pelos que te olham? Ao escolher uma profissão você deseja ali ajudar outras pessoas, sentir-se realizado, sente que é uma vocação ou apenas é a busca por salário, estabilidade? Quando você olha um homem ou mulher, apenas deseja estar com ela pra satisfazer um desejo egoísta ou deseja IR PARA O CÉU COM ELA? Santificando-a e sendo santificado pela relação? E assim você pode fazer essas perguntas em todos os campos de sua vida. 
Para que você está vivendo? Para que está estudando, namorando, casando, malhando, lendo?

“Por isso, vos afirmo que de toda a palavra fútil que as pessoas disserem, 
dela deverão prestar conta no Dia do Juízo.” (Mt 12, 36)
Peçamos a intercessão da VIRGEM MARIA para que ela nos ensine a sermos como ela: ouvintes e principalmente PRATICAMENTES da Palavra.
Deus abençoe

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Amar não é o suficiente!

Pode parecer loucura isso, mas é a mais pura verdade. O Amor que "sentimos" é um decisão, portanto, fruto de um ato de razão, mas antes dele se tornar um firme propósito, foram vencidos instintos naturais no homem, porque mais forte que a razão é o instinto. 

Muitas pessoas buscam a vida inteira alguém que as ame ACIMA DE TUDO, que faça tudo por elas e que o amor seja sem limites. Claro que dentro dessa procura está a busca por suprir carências, inseguranças, mas também está uma ilusão criada pelo mundo de um amor que não existe, um amor que o Papa Francisco chamou de "novela", cheio de fantasias, de "finais felizes" mas que está muito longe da realidade.

A vida a dois não é fácil. As dificuldade já começam no namoro, principalmente quando o casal se propõe a viver castamente, e vão se intensificando à medida que um vai se comprometendo com o outro. O que antes era uma atração, interesses em comum, vai se tornando uma decisão de dividir a vida porque algo mais os une. Acontece que dividir a vida com alguém significa renúncias, palavras duras, frustrações, limites a serem vencidos, claro que existem muitas alegrias, aprendizados, companheirismo, união. Mas, não é um conto de fadas, não é uma novela, nem um filme, é vida real, com sabores e dissabores, e precisa ser enfrentada, com firmeza, coragem e honestidade.



E porque AMAR não é suficiente? Como eu disse no início somos conduzidos por nossas razões, por isso somos humanos e não animais, mas existe algo em nós muito forte que é o INSTINTO, que tem uma força devastadora e perigosa quando não estamos equilibrados. Um homem pode "amar" muito sua esposa, mas a tentação de traí-la pode ser muito forte caso outra mulher mais atraente que a sua lhe seduza. Uma mulher pode "amar" muito seu esposo, mas uma carência pode falar mais alto, de repente. E então? Se o amor não é o suficiente, o que pode salvar os relacionamentos, o casamento?

Deus pode salvar. Deus é o AMOR que une todas as coisas e dá a força para que possamos nos manter firme em nossos propósitos. Quando tivermos em busca de alguém para dividir nossa vida, não devemos querer alguém que nos ame mais que tudo, mas que AME A DEUS ACIMA DE TUDO, porque é esse amor por Deus que vai justificar o que somos, o que fazemos, o que pensamos. 

 Sede sóbrios e vigiai, porque o demônio, vosso adversário, andar ao redor de vós, como um leão que ruge, procurando a quem devorar. resisti-lhe fortes na fé. 
(2 Pd 5, 8). 

Quando a tentação vier, o homem e a mulher, se lembrarão das promessas que fizeram um ao outro diante de Deus, e que fizeram a Ele também. Quem tem temor a Deus, tem uma motivação a mais para se manter firme naquilo que lhe foi confiado. Infelizmente vemos muitos casamentos se desmancharem, porque não estão dispostos a abrirem mão de si mesmos, de recomeçarem, de superarem seus egoísmos. Preferem desistir. 

E esse relacionamento você constrói hoje, mesmo que você não esteja namorando. Tenha convicção dentro do seu coração que o que você quer construir é esse tipo de relação e que você simplesmente não aceita menos que isso. Se seu namoro ainda não está nessa realidade, tenha paciência, talvez você seja a pessoa que vai conduzi-lo(a) a Deus e fazê-lo(a) experimentar esse AMOR MAIOR que dá sentido a tudo, que completa tudo, que cura tudo e que salva tudo, até mesmo os corações mais feridos, mais machucados, mais enganados. 

"O coração de um CRISTÃO deve estar tão bem escondido em Deus que ALGUÉM para 
achá-lo, precisa buscar a Deus primeiro." 
(C. S. Lewis - Com uma pequena mudança na frase original)

P.S. Amar é o suficiente quando é o AMOR DE DEUS que nos move e nos impulsiona. (Só pra que fique bem claro!!)

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Notas sobre...

Dia desses no facebook um "teste" viralizou, pelo menos com a maioria de meus amigos, um tal de "notas sobre...". Confesso que fiz também, era divertido ver "alguém" que não tem conhece falar sobre você. Mas está ai onde reside a minha reflexão. Como simplesmente permitimos que outras pessoas nos definam, nos expliquem, nos conceituem e aceitamos muitas vezes sem questionar, e pior, vamos tornando verdade a visão externa, de quem só vê o superficial.

Nós somos um produto do meio, já diria Rousseau, e como tal existem muitas influências em nós que determinam o que somos. Nascemos também com nossas tendências, com características, dons, colocados perfeitamente por Deus para que sejamos aquilo que Ele sonhou para nós. E ao juntarmos tudo isso, o que Deus fez e o que o mundo fez, eis o que somos. E somente Ele e nós sabemos, de fato, o que isso significa. 



Acontece que muitas pessoas não tem coragem de mergulhar em si mesmo, preferem se enquadrar num padrão e seguir a maré. Escolhem esse tipo de vida porque não é fácil fechar a porta do quarto e reconhecer quem se é, porque nessa descoberta iremos nos deparar com o melhor e o pior de nós mesmos, com as luzes mas também com as trevas, e nem todos tem essa audácia. 

Muitas coisas aconteceram em nossas vidas que nos transformaram, que mexeram com nossos medos, nossos sonhos, que nos deram vontade, mas também que nos deram desânimo. Esses fatos dizem respeito ao que nos tornamos, mas ao tomar consciência disso, precisamos tomar as rédeas de nossas vidas e definir nosso futuro. 

"Eu sou aquilo que Deus pensa de mim e nada mais." 
(Sta Teresinha do Menino Jesus)

Somos tão inseguros, tão cheios de medos, que precisamos o tempo inteiro ser afirmados em nossas qualidades, porque não confiamos em nós mesmos, ou porque nossa auto-imagem está deturpada para além da realidade e precisamos mostrar o quanto somos bons. Se nos conhecêssemos de fato, ou mais ainda, se buscássemos a única opinião que realmente importa, não precisaríamos gritar aos quatro ventos quem somos esperando aprovação, porque apenas somos e isso basta.

Senhor, quero te pedir hoje que mandes Teu Espírito Santo sobre meu coração e me ilumine para que eu conheça a mim mesmo, me conheça como o Senhor me conhece e eu possa buscar ser aquilo que o sonhastes para mim. Não quero aprovações humanas, porque ninguém sabe o que passei, o que vivi, os caminhos que andei para chegar até aqui, mas o Senhor sabe e me ama e por isso somente o teu olhar me importa. Que eu nunca procure outro olhar além do teu, Senhor. Amém.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Ê, vida mais ou menos!

Ninguém gosta de sofrer, isso é óbvio e quem gosta, certamente tem algum problema psicológico e precisa de ajuda. Entretanto não podemos fugir do sofrimento, ele faz parte da vida independente da pessoa acreditar ou não em Deus. Infelizmente algumas pessoas tem um medo paralisante do sofrer que as impede de viver e por isso acabam experimentando uma vida medíocre, ou no popular, uma vida "mais ou menos".

É claro que qualquer experiência nova nos assusta e nos faz de alguma forma temer o incerto, isso inclusive é essencial para preservação da espécie (imagine se o homem não tivesse medo de enfrentar feras selvagens? teríamos sido extintos!). Experiências que nos causaram traumas também podem causar um certo medo de viver novamente aquela dor. Existem até alguns medos que são misteriosos, temos e não sabemos a causa. Enfim, são muitos os motivos que podem ser obstáculos no nosso caminhar. 

Mas não podemos viver reféns de nossos temores. A vida nos oferece todos os dias novas oportunidades de vivermos experiências lindas e grandiosas, capazes de nos tirar da nossa inércia. Pode ser que não dê certo, pode ser que você sofra, mas e daí? A vida é assim mesmo! Cair, levantar, sorrir, vencer, perder. Um emprego novo, um amor novo, um amigo novo, seja lá o que for, o novo pode trazer alegria ou tristeza, mas não deve ser inútil, e isso depende mais da gente do que do outro. Mesmo que cause sofrimento, então que esse sofrimento nos faça crescer. Nada se perde.

Jesus também teve medo antes de sua hora chegar, ele sofreria muita dor (física, espiritual, moral, psicológica), mas ele enfrentou porque maior que a dor, era a recompensa, o céu foi aberto para nós. Por meio do sofrimento da cruz, recebemos a vida eterna, que não sabemos como é, só temos a certeza que é maravilhosa, o que nos garante é a fé que temos nas promessas de Deus ("Todavia, como está escrito: olho nenhum viu, ouvido nenhum ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam." 1 Cor 2, 9)



Então pare de ser medroso, mimado e egoísta.  Saia de sua vida mais ou menos e vá viver a vida que Deus sonhou pra você, com alegrias e tristezas, com vitórias e fracassos. Não queira fugir dessa verdade, pois é o mesmo que fugir de você mesmo. Construa sua casa na rocha firme, porque a tempestade veio para os dois homens, mas a casa que ficou de pé, nós sabemos qual foi (Cf. Mt 7, 24-27) e vá viver. 

"É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a derrota, do que formar fila com os pobres de espírito quem nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota." 
(T. Roosevelt)

Deus abençoe.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Combati o bom combate

A batalha contra o pecado é a única batalha 
na qual vence aquele que foge. 
(São Felipe Neri)

Eu não compreendia essa frase, achava que precisava ignorar o pecado diante de mim e fazer de conta que ele não existia. Esconder debaixo do tapete. Aos poucos, no processo de auto-conhecimento, entendi que preciso enfrentá-lo, entende-lo e lutar sabendo que armas usarei. Eu compreendi que só consigo fugir do pecado quando sei onde ele está, porque ele é sorrateiro e quase sempre nos pega desprevenido.

E como é isso? Obviamente não posso me colocar em situação de pecado, é como se um alcoólatra fosse a um bar para enfrentar o vício. Não é isso. O processo é justamente anterior, não é necessariamente o ato em si que preciso "investigar" mas o que me impulsiona a chegar até lá, qual o "gatilho" que me faz cair. 

Existem certos tipos de pecado que são simplesmente fugas, são válvulas de escape daquilo que está nos aprisionando interiormente e precisa ser colocado pra fora de alguma maneira. Ansiedades, angústias, medos, frustrações, tudo isso quando não é bem trabalhado intimamente, pode gerar em nós bombas relógios que são detonadas de diversas formas, acredito que sempre negativamente. 

O pecado original levou o homem a sair do estado de justiça original pensado por Deus para nós e a consequência disso é que vivemos em constante desequilíbrio, com o próximo, conosco e principalmente com Deus (CIC 376-379). A busca pela santidade é justamente a busca desse equilíbrio e só é capaz de encontrá-lo aquele que entra dentro de si e descobre aquilo que está adoecido e vai em busca da cura. E só existe uma cura: JESUS CRISTO. Ele é o bom samaritano que cuida de nossas feridas, leva-nos em seu animal, paga um preço por nós. 

Não podemos ser covardes. Eu sei que dói olhar nossa própria miséria, mas não existe outro caminho para a cura além do conhecimento da doença. Muitos de nossos pecados estão escondidos debaixo de dores, traumas, e por mais difícil que seja enfrentá-los, muito pior é continuar refém de si mesmo, indo para uma batalha que você sempre sairá derrotado, porque nunca sabe as armas que pode usar. 



Senhor, vem em meu socorro, ajuda-me a entender o que me faz cair, o que me faz machucar teu coração e o meu coração. Tu, que és o médico dos médicos, vem me curar, quero ser criatura nova, equilibrada, em paz comigo e contigo, para que possamos viver uma história de amizade. E, finalmente, quando nos encontrarmos na Pátria Celeste, eu possa te abraçar e ter a certeza que combati o bom combate, guardei a fé. 

Virgem Santíssima, rogai por nós. Amém.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Tudo passa, tudo sempre passará.

A saudade é próprio de quem ama. Não tem jeito, se uma pessoa, um momento, foi especial, naturalmente você irá sentir falta dele. O problema é como nos relacionamos com essa saudade. Também é muito comum ao homem se apegar ao que foi bom, seguro, prazeroso e nesse apego, acaba esquecendo de viver novas experiências e aí que mora o problema. 

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recurar um presente que nos machuca, 
é não ver o futuro que nos convida.
(Pablo Neruda) 

Tanto as boas como as más lembranças devem nos ajudar a viver melhor o presente e planejar o futuro, infelizmente algumas pessoas permanecem no passado e RECUSAM o dia de hoje e não ENXERGAM o futuro diante dos olhos. Diante das nossas saudades precisamos responder à duas perguntas: 1) eu estou/sou apegada ao passado? 2) como posso mudar isso? 

Somos apegados ao passado quando não queremos nos envolver com pessoas novas, quando não aceitamos determinadas situações, quando não conseguimos mudar certas situações por mais dolorosas que elas sejam. Por exemplo: quando fazemos parte de um grupo mas por causa da vida as pessoas começam a se encontrar menos e aí você não quer mais ter outros amigos porque aquele outro era melhor ou você sente que está traindo a amizade deles; ou você acaba um relacionamento, então não quer mais ter nada com ninguém porque ou não quer sofrer ou acha que nunca mais vai encontrar alguém tão bom; alguém muito especial morreu e você não consegue seguir a vida, se revolta, chora sempre que lembra. Essas são algumas situações, mas você pode usá-las para todas as suas lembranças. 




E como mudar isso? Primeiro é essencial que tenhamos em mente que nossa vida é um contínuo mudar. (Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia, tudo passa, tudo sempre passará. - Lulu Santos). As pessoas mudam, as circunstâncias mudam, as estações mudam e precisamos encarar as mudanças como oportunidades de aprender, de amadurecer. As experiências passadas fazem de nós o que somos e é importante que sejam lembradas para que não caiamos em certos erros. (Aqueles que não podem lembrar o passado estão condenados a repetí-los - George Santayana) As lembranças também devem nos fortalecer nos momentos tristes. João Paulo II nos diz, na Exortação Apostólica "Vita Consecrata" que: "O episódio da Transfiguração assinala um momento decisivo no ministério de Jesus. É um evento de revelação que consolida a fé no coração dos discípulos, prepara-os para o drama da Cruz, e antecipa a glória da ressurreição. (...) Como os três apóstolos escolhidos, a Igreja contempla o rosto transfigurado de Cristo, para se confirmar na fé e não correr o risco de soçobrar ao ver o seu rosto desfigurado na Cruz." 

Precisamos viver intensamente cada momento que nos é proporcionado, de corpo e alma, para que não nos arrependamos depois. E isso não significa não ter responsabilidades, pois mesmo vivendo intensamente o presente, precisamos saber que nosso futuro depende de nossas escolhas de hoje. Absorver cada ensinamento proporcionado, amar as pessoas e se deixar amar, sorrir, chorar. 

“Examine cada um os seus pensamentos, e há-de encontrá-los todos ocupados no passado ou no futuro. Quase não pensamos no presente; e, se pensamos, é apenas para à luz dele dispormos o futuro. Nunca o presente é o nosso fim: o passado e o presente são meios, o fim é o futuro. Assim, nunca vivemos, mas esperamos viver; e, preparando-nos sempre para ser felizes, é inevitável que nunca o sejamos.” (Blaise Pascal) 

Que Deus nos ajude a reconhecer em cada momento Sua mão e que nosso coração esteja pronto a acolher Seus planos. Que as tristezas e alegrias sejam fonte de amadurecimento e paz aos nossos corações, para que chegada a noite de nossa vida e finalmente nos encontrarmos com o Senhor, possamos dizer que vivemos, da fato, todos os dias que recebemos d'Ele. 


Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós.
São José, rogai por nós.

terça-feira, 22 de março de 2016

Ser o melhor que Deus sonhou!

Eu admiro muitas pessoas. Sejam famosos ou anônimos, existe um rol de pessoas que me inspiram e ajudam a enxergar o mundo com outros olhos. Minha mãe, meu pai, João Paulo II, Frida Khalo, Martin Luther King, Bento XVI, Santa Teresinha do Menino Jesus, Padre Léo, amigos como Bruno Maia, Hugo Menezes, Diácono Eduardo e sua esposa Daniela e assim por diante, poderia citar várias. Pessoas de todos os tipos me ajudam a crescer na fé, na minha humanidade, enfim. Mas eu não desejo ser nenhuma delas.

Por um tempo eu quis, é verdade. Eu queria falar como fulano de tal, ser inteligente como sicrano, bonita como beltrano e isso era muito frustrante, porque eu JAMAIS conseguirei ser como outra pessoa é. Somos seres ÚNICOS e a forma que Deus usou para nos moldar é exclusiva.


Não quer dizer que não podemos nos inspirar ou reconhecer as qualidades de outras pessoas e desejá-las, inclusive, o testemunho dos santos da Igreja estão ai justamente para nos ajudar a alcançar a santidade, mas desejar ter certas qualidades não quer dizer que eu vá agir como determinada pessoa. Eu posso, por exemplo, admirar a forma como Padre Léo pregava e desejar pregar bem como ele, mas não preciso ser igual, aliás, se eu quiser ser igual a ele, vai ser meio que ridículo, porque viraria nada mais que uma caricatura.

Deus tem sonhos para mim e ele me deu todas as ferramentas para que eu possa alcançar esses sonhos. Dentro de mim existe toda a potência para eu atingir todos meus objetivos, basta que eu as explore e principalmente, acredite em mim. Obviamente não é fácil fugir de todo o bombardeio de informações, publicidade, padrões que nos são apresentados todos os dias, mas é preciso lutar contra a maré e buscar não ser o que os outros querem de nós, mas ser o melhor que Deus sonhou. 

"Sou o que Deus pensa de mim" 
(Sta Teresinha do Menino Jesus)

Olhar para dentro de si, buscar no seu coração a voz de Deus que te mostra quem você é. Por mais dolorido que seja encarar nossa fraqueza, nossas limitações, nossos medos e fantasmas interiores, essa busca por si mesmo também pode ser muito prazerosa, pois o que descobrimos de fato é que somos "APESAR de". São Pedro era apenas um pescador, inconstante e muitas vezes medroso, mas quando Jesus o escolheu como pedra da Igreja, ele olhava não quem ele era ali, mas quem poderia ser. São Paulo era um perseguidor, mas Deus não olhava suas atitudes naquele momento, mas ele enxergava nele o homem que levaria o Evangelho aos pagãos. São Francisco era um "playboy" de sua época, mas Cristo viu nele aquele que reconstruiria sua Igreja. E tantos exemplos que poderíamos citar de como Deus nos chama, apesar daquilo que nos deixamos ser transformados, porque Ele sabe exatamente como nos criou e por isso pode pedir o que quiser de nós.

Que deixemos o Espírito Santo nos mostrar quem somos de verdade, para que possamos alcançar o sonho de Deus e assim atingir a santidade que deve ser nossa grande meta de vida.

Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós.
São José, rogai por nós.

segunda-feira, 21 de março de 2016

É de dentro pra fora!

Durante toda a quaresma e de forma mais intensa agora na semana santa, muito falamos de conversão. Para nós cristãos, e católicos de forma mais específica, se converter é muito mais que mudar de religião ou de atitude, a verdadeira conversão vem de dentro pra fora.

A "metanoia", que usamos pra explicar o que seria conversão, seria uma mudança de mentalidade, de pensamento, de ideia. Ou seja, pra eu ter me convertido é necessário que tenha acontecido uma mudança de direção do caminho que eu caminhava anteriormente, deixa de acreditar em algo e começar a acreditar em outra coisa.



Mas como isso acontece na prática? Bem, não é algo que ocorre de uma hora pra outra, até porque da mesma forma que não estruturamos todos os conceitos, ideias e certezas que temos na vida de um só vez, também não podemos modificá-los todos de uma vez. Antes de tudo faz-se necessário que aconteça um encontro com uma verdade e no nosso caso, A VERDADE, e diante dela perceber que algo começa a incomodar dentro de nós.

"No início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo." (Bento XVI - Deus Caristas Est)

Vemos frequentemente alguns neo-convertidos que pela emoção, euforia de um encontro avassalador, começam a mudar de atitudes, começam a se ater em conceitos morais. Não que estes não sejam bons ou importantes de serem seguidos, mas quem limita a religião, o crer, em apenas atitudes externas pode cair facilmente em dois extremos: ou perde a fé em momentos de tribulação ou vira um extremista que começa a julgar todos a sua volta. 

Perde a fé porque na verdade nunca a teve de fato, pois a fé é provada no dia a dia, no conhecimento, no aprofundar, como diz São Pedro, é necessário estar sempre pronto a responder a todo aquele que nos pede a razão de nossa esperança (Cf I Pd 3, 15). É de suma importância raciocinar, e isso não quer dizer racionalizar, mas entender o que cremos e porque cremos, sem fantasias, sem utopias, sem relativismos. 

"Eu creio para compreender e compreendo para crer melhor." (Sto Agostinho)

Ou Vira um extremista porque a pessoa acredita que só as atitudes correspondem a uma conversão e começa a se envaidecer, achando que deixar de cometer certos pecados já é uma grande evolução. E fica julgando aquelas pessoas que mesmo dentro da Igreja não conseguem mudar de vida.

Acontece que a mudança é de dentro pra fora, eu preciso internalizar aquilo que escuto, preciso plantar como uma semente para que ela germine gradativamente e seja forte dentro de mim. Eu preciso criar intimidade com o Senhor para poder compreender Sua Palavra, seus ensinamentos. A mudança de atitude é consequência, naturalmente eu não quero agir como antes pois isso não condiz mais com o que acredito, de tal forma que a nossa vida seja uma oferta agradável ao Senhor.

"Amar a Deus de todo o coração e de todo entendimento, e com todas as forças, bem como amar ao próximo como a si mesmo é muito mais importante que todos os sacrifícios e ofertas juntos." 
(Mc 12, 33)

Que o Espírito Santo inflame nosso coração para que possamos nos entregar a vontade de Deus em nossas vidas, que possamos colocar todo nosso ser, mente, corpo, alma, coração, nas mãos de Deus para que Ele escreva nossa história de acordo com o Seu querer,

Santa Maria Mãe de Deus, Rogai por nós.
São José, Rogai por nós.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

É impossível ser feliz sozinho...

Eis uma grande mentira que nos contam e que causa sérios problemas de auto-estima, eu mesma fui "vítima" dessa mentira, mas consegui superá-la e até sobrevivi para contar a história.

Uma grande amiga minha me dizia há alguns anos, que ela era feliz consigo e não precisava de outra pessoa. Eu achava aquilo um absurdo e até chamava ela de medrosa, porque para mim, esse tipo de pensamento, na verdade estava mascarando o medo dela de ter relacionamentos. Foram necessárias algumas quebradas de cara, algumas noites mal dormidas, algumas decepções para perceber que tinha algo errado comigo.

Culpei muitas pessoas e situações, mas então, parei de procurar fora e olhei para dentro de mim. Assim como Agostinho encontrou Deus dentro dele, também encontrei a verdade mais preciosa que um filho de Deus pode ter: Deus me ama. E isso basta. Mas o processo ainda estava (e está) somente no início. Sentir-se amado por Deus é uma sensação maravilhosa, todavia, amor não é sensação, não é prazer, euforia, amor é decisão, é ação, é suor e sangue, literalmente. E nesse caminhar, percebi que essa decisão não é somente de quem ama, o outro lado também precisa se esforçar, lutar, suar...ser amado não é fácil.

Da mesma forma que existia essa verdade gritando dentro de mim, que Deus me amava, também existia uma voz antagônica, que era minha, dizendo que eu não merecia ser amada. E então, eu tinha o principal problema a resolver: curar meu amor próprio. Esse processo de cura é dolorido, porque vamos mergulhar nas raízes mais profundas, vamos na feridas mais duras, vamos ao centro de nós mesmos, onde existe treva, medo, angústia; por isso precisamos levar a Cristo que é a ÚNICA luz capaz de iluminar nossas escuridões. 

Não se trata de uma auto-imagem além da realidade, mas uma visão realista de si mesmo: entender que somos dotados de qualidades, mas também de limites, somos frutos de uma série de circunstâncias, de escolhas nossas e de outras pessoas. Enfim, é necessário saber quem você é, porque somente assim, você saberá o que pode oferecer ao outro e principalmente, você saberá o que quer para você.

Foi então que me deparei com essa música que conheço desde criança e sempre achei linda. Ela não passava de uma grande mentira que me iludiu e me fez acreditar que eu precisava ter alguém para ser feliz. Como se eu fosse uma laranja partida ao meio e minha vida só fizesse sentido com a outra metade. Isso não faz o menor sentido. Somos seres INTEIROS, Deus nos fez COMPLETOS. Nada que eu preciso para me sentir realizado, feliz, está fora de mim, nem mesmo Deus. Ouso até dizer que na verdade, só poderemos ser felizes com alguém, se antes, formos felizes sozinhos. E ser feliz sozinho é ser livre, sem ter, tão pouco, colocar pesos aos outros. Isso quer dizer então que vou morar numa ilha e me isolar do mundo para encontrar a felicidade? Certamente que não. Somos seres sociais e necessitamos da interação para desenvolvermos nossas capacidades, mas o que é preciso deixar claro no nosso coração é que o outro não pode carregar a responsabilidade de nossa "felicidade", porque isso não é felicidade. O outro faz parte de nossa vida, mas não é nossa vida. 



Eu acredito no amor e tenho certeza que Deus une homens e mulheres para continuarem Seu projeto. A família é o grande sinal de que Deus ainda acredita em nós, apesar de nossas ingratidões. Mas não podemos iniciar uma relação, uma família, esperando que aquilo nos traga a felicidade por si só, essa felicidade é encontrada no dia a dia, nas lutas, nas diferenças, nas afinidades, e mais que tudo isso, a felicidade só é encontrada quando ouvimos a voz de Deus e a colocamos em prática. 

Meu irmão, minha irmã, busquemos curar nossas corações dessa carência que insiste em nos derrubar e nos afirmar que não somos capazes de sermos felizes sozinhos. A grande verdade é que não podemos ser felizes sem Deus e quando Ele nos basta, todas as outras coisas adquirem outro valor, porque elas fazem parte de um plano de Deus para nossa salvação e sendo assim, Ele nunca vai nos oferecer aquilo que desde o princípio já não soubesse que seria bom. Precisamos, "apenas" estarmos atentos aos sinais e fazer a vontade de Deus. 

Que Nossa Senhora, aquela que soube mais do que ninguém ouvir a vontade de Deus, nos ensine a encontrarmos Deus dentro de nós, como ela que carregou o Menino-Deus dentro dela, mas desde sempre e para sempre, carregou muito mais em seu coração escravo.