quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Meu facebook, meu diário!

Certamente, além da péssima qualidade nos nossos canais abertos, estes realitys shows trouxeram consigo um outro mal impressionante: auto-exposição. Parece que depois que pessoas normais começaram a aparecer na TV e ganhar a simpatia (ou ódio) de toda uma nação, as pessoas também querem ter essa sensação, pelo menos uma pequena demonstração e acabam abrindo a sua vida a quem desejar possa (e a quem não desejar também!!!).

Eu lembro que na minha época de adolescência, gostávamos de guardar segredos, de ter nossos diários guardados a sete chaves, ninguém sabia quem gostava de quem, só desconfiávamos e era muito divertido todo esse mistério. Hoje, é só abrir o Facebook que você sabe tudo que uma pessoa faz: seus horários, hábitos, gostos. Sem falar da famosa exposição de sentimentos, normalíssimo ver as pessoas soltando "indiretas", declarações de amor eternas ( que acabam durando uma semana) e até mesmo usando as redes sociais pra brigar publicamente. 

Fico me perguntando qual o objetivo disto tudo! Confesso que sou uma grande fã das redes sociais (twitter, facebook, instagram), mas seu uso deturpado acaba desviando o verdadeiro intuito de participarmos destas redes. Ao meu ver, elas devem ser usadas para propagar ideias, notícias, campanhas sérias; servem também para reencontro de pessoas, para partilhar boas (ou más) experiências, reflexões interessantes; acredito ainda ser possível usar as redes para recados rápidos, que não puderam ser passados por ligação ou mensagem. O que encontramos, porém, é praticamente uma agenda, com tudo que você fez, faz, irá fazer...tudo que você pensa, não pensa, pensará ou deixará de pensar. Como assim, Bial?



Se formos ver um pouco mais a fundo, acredito que dentro desta necessidade de auto-exposição existe uma carência e uma necessidade de chamar atenção. Queremos de alguma maneira que as pessoas gostem de nós ou tenham, pelo menos, uma ideia do que achamos que somos. Queremos gritar o que existe dentro de nós e óbvio que isto é saudável, mas no lugar certo, com pessoas corretas e não com o mundo inteiro. Ao nos expormos, estamos também nos abrindo ao julgamento e pior, julgamento destrutivo; estamos dando espaço para que as pessoas entrem em nossas vidas de forma superficial, o que pode NA MAIORIA dos casos gerar dor, mágoas, desentendimentos. 

Eu prefiro ficar com o pensamento de São Francisco de Assis: O homem vale o que é diante de Deus e nada mais!! Quem dera que nós abríssemos nossas vidas a Deus também, que pudéssemos contar pra Ele (mesmo Ele sabendo de tudo) nossas vidas, alegrias, tristezas, sucessos e derrotas. Deus quer ser nosso amigo, e não vai nos julgar, mas nos amar e mostrar a direção correta. Devemos sim mostrar quem somos sem máscaras, mas não precisamos fazer de nossa vida uma grande novela, quem abre sua intimidade não pode reclamar de "que se meteram na sua vida"; mas quem abre sua intimidade para o Pai, pode ter certeza que não será confundido, ao contrário, poderá enxergar a si mesmo como Ele mesmo nos enxerga, com olhos de amor e misericórdia e aí não importa o que os outros pensam de mim, mas somente o que DEUS PENSA DE MIM! 

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