quarta-feira, 23 de março de 2016

Tudo passa, tudo sempre passará.

A saudade é próprio de quem ama. Não tem jeito, se uma pessoa, um momento, foi especial, naturalmente você irá sentir falta dele. O problema é como nos relacionamos com essa saudade. Também é muito comum ao homem se apegar ao que foi bom, seguro, prazeroso e nesse apego, acaba esquecendo de viver novas experiências e aí que mora o problema. 

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recurar um presente que nos machuca, 
é não ver o futuro que nos convida.
(Pablo Neruda) 

Tanto as boas como as más lembranças devem nos ajudar a viver melhor o presente e planejar o futuro, infelizmente algumas pessoas permanecem no passado e RECUSAM o dia de hoje e não ENXERGAM o futuro diante dos olhos. Diante das nossas saudades precisamos responder à duas perguntas: 1) eu estou/sou apegada ao passado? 2) como posso mudar isso? 

Somos apegados ao passado quando não queremos nos envolver com pessoas novas, quando não aceitamos determinadas situações, quando não conseguimos mudar certas situações por mais dolorosas que elas sejam. Por exemplo: quando fazemos parte de um grupo mas por causa da vida as pessoas começam a se encontrar menos e aí você não quer mais ter outros amigos porque aquele outro era melhor ou você sente que está traindo a amizade deles; ou você acaba um relacionamento, então não quer mais ter nada com ninguém porque ou não quer sofrer ou acha que nunca mais vai encontrar alguém tão bom; alguém muito especial morreu e você não consegue seguir a vida, se revolta, chora sempre que lembra. Essas são algumas situações, mas você pode usá-las para todas as suas lembranças. 




E como mudar isso? Primeiro é essencial que tenhamos em mente que nossa vida é um contínuo mudar. (Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia, tudo passa, tudo sempre passará. - Lulu Santos). As pessoas mudam, as circunstâncias mudam, as estações mudam e precisamos encarar as mudanças como oportunidades de aprender, de amadurecer. As experiências passadas fazem de nós o que somos e é importante que sejam lembradas para que não caiamos em certos erros. (Aqueles que não podem lembrar o passado estão condenados a repetí-los - George Santayana) As lembranças também devem nos fortalecer nos momentos tristes. João Paulo II nos diz, na Exortação Apostólica "Vita Consecrata" que: "O episódio da Transfiguração assinala um momento decisivo no ministério de Jesus. É um evento de revelação que consolida a fé no coração dos discípulos, prepara-os para o drama da Cruz, e antecipa a glória da ressurreição. (...) Como os três apóstolos escolhidos, a Igreja contempla o rosto transfigurado de Cristo, para se confirmar na fé e não correr o risco de soçobrar ao ver o seu rosto desfigurado na Cruz." 

Precisamos viver intensamente cada momento que nos é proporcionado, de corpo e alma, para que não nos arrependamos depois. E isso não significa não ter responsabilidades, pois mesmo vivendo intensamente o presente, precisamos saber que nosso futuro depende de nossas escolhas de hoje. Absorver cada ensinamento proporcionado, amar as pessoas e se deixar amar, sorrir, chorar. 

“Examine cada um os seus pensamentos, e há-de encontrá-los todos ocupados no passado ou no futuro. Quase não pensamos no presente; e, se pensamos, é apenas para à luz dele dispormos o futuro. Nunca o presente é o nosso fim: o passado e o presente são meios, o fim é o futuro. Assim, nunca vivemos, mas esperamos viver; e, preparando-nos sempre para ser felizes, é inevitável que nunca o sejamos.” (Blaise Pascal) 

Que Deus nos ajude a reconhecer em cada momento Sua mão e que nosso coração esteja pronto a acolher Seus planos. Que as tristezas e alegrias sejam fonte de amadurecimento e paz aos nossos corações, para que chegada a noite de nossa vida e finalmente nos encontrarmos com o Senhor, possamos dizer que vivemos, da fato, todos os dias que recebemos d'Ele. 


Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós.
São José, rogai por nós.

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