Hoje eu escutei uma historia que me fez refletir acerca de
algumas atitudes nossas, de algumas escolhas e das consequências delas. Uma
amiga minha ganhou uma calopsita, essa ave ela tem uma característica
interessante porque interage com humanos, conheço algumas pessoas que as tem e
elas comprovam que é verdade, elas até brincam que a calopsita parece que quer
ser gente. Pois bem, quando o bichinho chegou na casa desta minha amiga, havia
acontecido que com o dono antigo ela tinha tido experiências ruins, ao ser colocada
numa gaiola com outras da mesma espécie, a ave foi rejeitada e as outras batiam
nela; quando aconteceu isso, o dono achou melhor dá pra outra pessoa cuidar. E
apesar de todo amor que a nova família trata a calopsita, infelizmente, ela não
consegue esquecer o que viveu e por isso é bem arisca e dentre outras
características, prefere ficar na gaiola do que passeando livremente pela casa.
E porque eu fiquei a refletir sobre nós, homens, em comparação com o bicho?
Certamente, apesar de ser um bicho mais inteligente que
outros, a calopstia age por instinto; sua memória ficou programada a recusar
todo tipo de aproximação, pois a violência sofrida gerou nela um medo de ser
machucada novamente, mas repito, ela age por instinto. Até sua experiência
atual superar a memória da antiga, ela vai continuar agindo da mesma forma.
Alguma semelhança com algumas pessoas? Com certeza e não é mera coincidência.
Algumas pessoas (eu ou você, talvez) passam por experiências
traumáticas, situações de violência (Física, psíquica, emocional) que geram
nelas um medo de qualquer tipo de aproximação. Seu coração foi ferido de tal
forma que sua memória cria um bloqueio, pois assim ela acredita que ficará
protegida de ser machucada novamente. São situações diversas: traição,
decepção, rejeição, todas elas machucam e qualquer um (em são consciência) não
deseja passar novamente por elas.
Acontece que, diferente das calopsitas (ou de qualquer outro
animal) não agimos por instinto. Somos seres pensantes, que são regados de
emoções, temos uma alma e principalmente somos LIVRES. Não precisamos viver
engaiolados com medo do que irá nos acontecer, mesmo que seja ruim, não
precisamos ficar reféns de nossas frustrações, medos, de nossas tristezas, não
precisamos porque Cristo nos restaurou a liberdade perdida por causa do pecado.
É claro que vão existir momentos ruins em nossas vidas, isso é um fato, não se
pode fugir dele, mas a vida é construída em cima deles também. É bobagem deixar
de viver as maravilhas que Deus nos proporciona porque sofremos um dia, é o
mesmo que não querer mais apreciar o céu, porque um dia ele ficou cinza, e
todas as vezes que ele esteve azul, ou estrelado, ou com uma lua magnifica?
Será que precisamos deixar de viver as coisas boas somente porque um dia
tivemos coisas ruins? Isso não faz o menor sentido, não é mesmo?
A liberdade que Cristo nos oferece supera qualquer barreira
que nos impede de sermos felizes. O pecado é a gaiola que nos impedem de voar
alto, de viver plenamente nossas vocações, algumas delas nem parecem prisões,
porque criamos uma ilusão de que ali estamos seguros, protegidos, mas não, na
verdade estamos perdendo tempo, deixando de receber e dá amor. Quantas oportunidades
perdidas de AMAR porque tivemos medo, barreiras, superproteção com nosso
coração?
Meu irmão, minha irmã, não permita que isso aconteça com sua
alma. Saia de sua gaiola e vá viver. Não vou dizer que nunca mais você vai
sofrer ou viver decepções, frustrações, traições, mas e dai? Isso é viver
também, faz parte, mas ao invés de se entregar, vamos chorar um ou dois dias e
no outro já vamos levantar, sacudir a poeira e dá a volta por cima. Deus nos
fez para sermos FELIZES, plenamente, e a verdadeira felicidade só é vivida na
liberdade de filhos amados de d’Ele. Portanto, não seja essa calopsita, não
queira viver numa gaiola, nem tenha medo de receber carinho, cuidado e atenção,
não trate com aspereza as pessoas que se aproximam, sorria e você receberá de
volta muitos sorrisos também.
Deus te abençoe!
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