quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Não sou eu que vivo...

Frequentemente vemos milhares de lições que nos ensinam a sermos pessoas mais bem resolvidas, equilibradas. É fundamental para qualquer pessoa o auto-conhecimento, saber seus limites, suas qualidades, fraquezas e de alguma forma tornou-se uma busca cada vez mais frequente esse tipo de literatura que ajuda o ser a entrar dentro de si. Não quero nem entrar no mérito da qualidade dos livros, mas a grande questão é: QUAL O OBJETIVO DISSO TUDO?
Fico me perguntando: para que tornar-me alguém melhor?
Deus tem um sonho para cada um de nós. Ele deseja que sejamos SANTOS e isso significa fazer a vontade d’Ele. E Sua vontade é que amemos! Santo Agostinho dizia: Ame e tudo lhe é permitido. A partir do momento que eu coloco AMOR em minhas atitudes, nas minhas escolhas, eu estou fazendo a vontade de Deus. Mas, calma, não é qualquer amor.
No início tínhamos o seguinte mandamento (resumido): Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como A TI MESMO. Ora, nosso amor é adoecido, cheio de paixões, de orgulho, de individualismo, de medos, nosso amor-próprio é deturpado e o que deveria ser bom, virou EGOÍSMO (Filáucia). Mas, Cristo veio e deu sentido a tudo. E ELE era o sentido de tudo. Deu-nos um novo mandamento: AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AO PRÓXIMO COMO ELE NOS AMOU.
Jesus Cristo muda nosso referencial e Ele mesmo torna-se o MODELO de como amar alguém. Ele amou até a morte, se doou completamente, tanto na sua vida pública (curando, amando, perdoando, ressuscitando) como no ápice da redenção, que foi a Cruz. É assim que devo amar. “Ah! Então eu tenho que morrer pelo outro?” Sim, de certa forma. Mas não necessariamente a morte como fim da vida, mas a morte de seus desejos, de suas vontades, morrer um pouco para ajudar o outro, morrer para si para que possamos dizer como Paulo: não sou eu que vivo, mas Cristo que vive em mim. (Gl 2, 20)
Mas só uma pessoa bem resolvida, livre, equilibrada pode fazer isso sem se culpar, sem pesos, sem reservas. E voltamos ao ponto inicial. Para nós que somos católicos, o nosso objetivo ao buscar todo esse auto-conhecimento, essa busca em querer tornar-se melhor é o outro. Minha vida não tem sentido nela mesmo, ela só faz sentido se serve ao outro.
Podemos ser e fazer o que quisermos, mas é essencial perguntar-se: com essa escolha estarei glorificando a Deus? O objetivo final é AMAR MAIS A DEUS E AO PRÓXIMO? Ou é apenas uma vaidade? Alguns exemplos práticos: tudo bem você querer se exercitar para ter boa saúde e um corpo saudável, mas o objetivo é ser desejado (muitas vezes como um objeto) pelos que te olham? Ao escolher uma profissão você deseja ali ajudar outras pessoas, sentir-se realizado, sente que é uma vocação ou apenas é a busca por salário, estabilidade? Quando você olha um homem ou mulher, apenas deseja estar com ela pra satisfazer um desejo egoísta ou deseja IR PARA O CÉU COM ELA? Santificando-a e sendo santificado pela relação? E assim você pode fazer essas perguntas em todos os campos de sua vida. 
Para que você está vivendo? Para que está estudando, namorando, casando, malhando, lendo?

“Por isso, vos afirmo que de toda a palavra fútil que as pessoas disserem, 
dela deverão prestar conta no Dia do Juízo.” (Mt 12, 36)
Peçamos a intercessão da VIRGEM MARIA para que ela nos ensine a sermos como ela: ouvintes e principalmente PRATICAMENTES da Palavra.
Deus abençoe

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